sábado, 23 de junho de 2012

Reunião 20.05.2012 - CONVERSATIO MORUM - VIRTUDES

VIRTUDE DA JUSTIÇA

Para Platão, a justiça é uma qualidade da alma. “Justo é o ser humano cuja vida corresponde à sua própria essência.” Aristóteles, porém, já considera a justiça como uma virtude social. “Justo é quem intermedeia sem parcialidade entre dois grupos rivais; justo é quem julga direitinho, sem olhar suas próprias necessidades, dando a cada um o que ele tem direito.”
Para Tomás de Aquino justiça é a atitude “em virtude da qual alguém, com vontade firme e constante, atribui a cada um o seu direito. Para Tomás é  um agir. Só que não basta fazer o que é justo, temos que ser justos.
Essa virtude reside na nossa vontade e regula nossos deveres rigorosos para com o próximo. Não tem nada a ver com a caridade (amor ao próximo). Ela faz residir a paz na vida individual e na social. Faz reinar a honradez, reprime injustiças, estabelece ordem, protege os direitos dos pequenos e humildes. Sem ela seria o triunfo do mal.
Na Bíblia, significa santidade. O evangelista Marcos descreve José como homem justo. Mas analisando os fatos, vemos que José combina “justiça com misericórdia”. Para Mateus, justiça é o caminho da obediência à vontade de Deus, fazendo ao mesmo tempo o que é certo com relação aos outros. Novamente, José é um exemplo de homem justo, conformado com a vontade de Deus.
A justiça cristã é uma participação da justiça do próprio Deus. O Espírito Santo a faz penetrar nas profundezas de nossa alma e a torna inacessível à corrupção e acrescenta-lhe tamanha solicitude pelos direitos de outrem que nos causam horror as menores indelicadezas.
São Bento exige do abade que se dedique a cada um, adaptando-se a maneira de ser de cada um.Deve corresponder ao caráter e à capacidade de cada um, adaptar-se a todos com total compreensão. Não é tratar a todos da mesma maneira. É evitar acepção de pessoas e amar mais a um que a outro. É procurar entender a cada um individualmente e perguntar a si mesmo o que ele precisa. Ele recomenda ao abade que não pode alegar a exiguidade da renda para deixar de fazer justiça a cada um. Pelo contrário, cada um deve sempre ser estimado de acordo com sua dignidade. Não deve ser valorizado só pelo que produz.
Para o Abade o mais importante deve ser o Reino de Deus e sua justiça.  Reino de Deus quer dizer que Deus deve reinar. A vontade de Deus deve ser feita. Tudo que se fizer deve corresponder à vontade de Deus. E  a vontade de Deus é sempre o que é bom ao ser humano. O Reino de Deus está onde nós correspondemos ao bem do ser humano e à natureza deste, criada por Deus.
Reino de Deus significa também que Deus deve reinar no coração do ser humano. Não devo ter segundas intenções como ambição, raiva, inveja, vingança ou ódio. Quando Deus reina dentro de mim estou livre para servir aos outros. O reino de Deus cria dentro de mim clareza e sinceridade.

VIRTUDE DA VERACIDADE

 A virtude complementar da justiça é a veracidade. Não é somente dizer aos outros como as coisas são realmente, mas ser sincero consigo mesmo. Sincero e veraz é quem é internamente autentico e verídico, e que mostra também para fora o que está dentro de si. Não se dissimula diante dos outros, mas se apresenta como é na realidade. É livre de cálculos e renuncia a intrigas de qualquer espécie. Com quem é sincero os outros sabem como proceder. É incorruptível. Pode-se confiar nele.
A verdade não dispensa a caridade. A veracidade quando fica absoluta demais, pode tornar-se desumana. Para ser correta a veracidade precisa de caridade e prudência. O ser humano veraz deixa que a verdade de Deus ilumine a nossa sujeira interna, para que o impuro se aclare, e cada um consiga encarar serenamente a própria verdade e das pessoas ao redor. Só podemos agüentar a nossa própria verdade se a entregarmos a Deus. Diante de Deus sabemos que somos aceitos da maneira como somos.




VIRTUDE DA RELIGIÃO

Anexa à virtude da justiça temos a virtude da religião, definida no Catecismo da Igreja Católica como “..”. Ela nos faz prestar a Deus o culto que lhe é devido. A religião é um a virtude moral sobrenatural que nos inclina a prestar a Deus o culto que lhe é devido, por causa da sua excelência infinita e do seu supremo domínio sobre nós. Internamente submeter a Deus nossa alma, com suas faculdades, sobretudo inteligência e vontade. Os atos mais importantes são: adoração, gratidão, penitência e as orações. Deus é a fonte de todo bem. Estes sentimentos internos se manifestam por atos externos: sacrifício eucarístico; preces públicas oferecidas em nome da Igreja pelos seus representantes (Ofício Divino, Bênçãos do SSmo., orações privadas, juramentos e votos).

VIRTUDE DA OBEDIÊNCIA

Também é uma virtude anexa à da justiça.


NA VIDA DOS OBLATOS

Para pessoas piedosas, religiosos ou sacerdotes a obrigação de serem justos é muito maior. Devem dar exemplo de honradez como em todas as demais virtudes. Na RB podemos citar: Quanto á veracidade, podemos citar os seguintes versículos: Prologo 17; Prol 23; Cap 4 versiculos 22 a 33. E quanto á religião, Código Litúrgico, o Capitulo 4, o capítulo da Quaresma, da Medida da Comida e da Bebida. E também lembrar que S Bento afirmou a regra foi escrita para principiantes.